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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Cinema


A cinematografia na guiné Bissau começou alguns anos depois de sua independência, pelo Instituto Nacional de Cinema (INC). Os principais produtores foram Sana Na N’Hada e Flora Gomes.
No início, as obras eram curtas metragens e, as primeiras pioneiras foram “O regresso de Cabral” (1976) e “Anos no oça luta” (1976). Mais tarde a partir de década de 80 surgiram a longas metragens, com uma grande obra de Flora Gomes “Morto Nega”.
As fichas técnicas dos filmes dos cineastas citados a cima:


MORTO NEGA (1988)

Diminga, mulher guineense de 30 anos de idade, decide ir ter com o marido, Saco, na frente da luta de libertação. Caminhando pelas matas com os combatentes, ela descobre o país em ruínas. Dias de tristeza: a morte está inscrita por toda a paisagem. Dias de esperança, também: em breve a guerra acabará. No acampamento, Diminga e Saco mal têm tempo de se reencontrarem. Tudo se precipita à sua volta. 1977, a paz não é o fim da guerra. Na tabanca de Diminga há muita alegria e ri-se muito. Há também alguns gritos de raiva, algumas lágrimas. A seca assolou o país, como uma nova fatalidade. É preciso continuar a lutar para que a terra dê os seus frutos. Hoje ela já não dá mais nada. A luz é dura. Tudo parece paralizado, imóvel. Ao lado de Diminga, Saco está doente. Diminga solicita então a ajuda dos deuses ancestrais...


Realizador : Flora Gomes
Cenário : Manuel Rambout BARCELOS, Flora GOMES
Imagem : Dominique GENTIL
Som : Pierre DONNADIEU
Intérpretes : Tunu Eugénio ALMADA, Mamadu Uri BALDE, Bia GOMES
Décors : Fernando JÚLIO, Manuel JÚLIO


OLHOS AZUIS DE YONTA (1991)

O filme traça a trajetória da jovem e bela Yonta, secretamente apaixonada por Vicente, um homem mais velho, amigo dos seus pais e antigo herói da luta pela independência do país. Ele nem sequer percebe a paixão que inspirou. Enquanto isso, Zé, um jovem do porto, manda cartas apaixonadas e anônimas para Yonta. A nossa história se passa em Bissau, uma cidade ao mesmo tempo jovem e velha, em movimento permanente. Um espaço onde a atmosfera oscila entre a esperança e o desencorajamento.
Realização: Flora Gomes Cenário: Flora Gomes, Ina Cesaire, David Lang Fotografia: Dominique Gentil Música: Adriano G. Ferreira - Atchuchi Intérpretes : Maysa Marta, Pedro Dias, Antonio Simão Mendes, Mohamed Lamine Seidi, Bia Gomes Produtor: Paulo de Souza Longa-metragem - 90 min.


XIME (1994)

A boa colheita que se anuncia neste ano de 1963 deixa optimista a tabanca de Xime. Porém, Lala, o viúvo, pai de Raúl e Bedan está preocupado. Raúl, o seu filho mais velho, estuda com os padres em Bissau e as autoridades coloniais andam à sua procura. O seu filho mais novo, Bedan, que ficou na tabanca, entrou na adolescência, fase em que os jovens pensam que podem fazer tudo. Quando a tia Samy sai do seu estado de prostração anuncia a Lala as piores catástrofes. Raul, o filho ausente regressa à tabanca. O pai recusa-se a reconhecê-lo. Bedan, embora sensível às ideias revolucionárias de Raúl, não está pronto para aceitá-las. Raúl é também rejeitado pelo padre que o instruiu. Durante as ausências de Raúl, a tabanca volta a estar calma. Bedan deve submeter-se aos ritos de iniciação reservados aos jovens para se tornarem adultos. Esta iniciação ensina-lhes a trocarem a violência da adolescência pela doçura e reflexão. É durante a iniciação que os militares irrompem perseguindo Raúl que acabam por matar. O filme acaba no momento em que Bedan, iniciado à não-violência, vê a situação do país contradizer esta tradição. Bedan, diante do irmão morto, renega os ensinamentos dos seus mestres e declara: “Desta vez é a guerra”


Realização: Sana Na N’Hada
Produção : Molenwiek Film BV (Amsterdam), Arco Iris (Bissau), Les Matins Films (France), Cap Vert (Sénégal).
Com a participação de : Ministério dos Negócios Estrangeiros (Direcção do Audiovisual Exterior e das Técnicas da Comunicação) e Ministério da Cultura e da Comunicação (Centro Nacional da Cinematografia) - FONDS SUD CINEMA (França).
Festival : Selecção oficial do Festival de Cannes 1994.

1994
Cenário : Sana Na N’Hada - Joop van Wijk
Duração : 95 mn
35 mm colorido
Imagem : Melle Van Essen
Som : Philippe Sénéchal
Música : Patricio Wong - Malam Mané
Montagem : Anita Fernandez
Intérpretes : José Tamba, Justino Neto, Aful Macka, Etelvina Gomes, Juan Tajes, Daniel Smith




NHA FALA (2002)

Em Cabo Verde tudo se faz em canções : casamentos e enterros, encontros e rupturas, eleições e inaugurações. Só a jovem Vita não tem o direito de cantar. Uma lenda ancestral da sua família prediz a morte àquela que tentar cantar. Antes de partir para França para continuar os estudos, ela reitera o seu juramento à mãe. Jamais uma melodia escapará da sa boca. Em Paris, Vita encontra um jovem músico, Pierre, e apaixona-se por ele. Levada pela alegria ela deixa escapar algumas notas. A sua voz é magnífica. Subjugado, Pierre convence-a a gravar um disco. Mas Vita está horrorizada por ter desafiado a maleficência. Ela decide de regressar ao país, de confessar o seu acto à mãe e de enfrentar o jugo da tradição... Realização : Flora Gomes Cenário : Flora Gomes et Franck Moisnard Director da fotografia : Edgar Moura Chefe Decoradora : Véronique Sacrez Engenheiro do som: Pierre Donadieu Montagem Som : Frédéric Demolder Montagem : Dominique Paris Música : Manu Dibango Produção : Fado Filmes, Les Films de Mai, Samsa Films